sábado, fevereiro 12, 2011

Dita-dura x Dita-mole

O símbolo do entreposto político no oriente foi destronado depois de 30 anos no poder. Os eventos que antecederam esse acontecimento foram cuidadosamente acompanhados pela comunidade internacional. Havia muito em jogo. Como sempre começa nos interesses internacionais. Os inquietos parceiros financeiros, do lado do povo, da democracia.
Os egípcios reclamavam da pobreza, da corrupção, da falta de emprego, da falta de perspectiva de vida, todas essas coisas que todo o resto do mundo reclama, incluindo mundo "civilizado" de "primeira". Pobreza há até mesmo na Inglaterra. Corrupção esta espalhada por todos os cantos do poder mundial, quem não conhece o primeiro ministro Italiano. A falta de emprego amedronta Portugal e Espanha. Sobre a perspectiva de vida, tirando a Suécia onde suicidam-se por que a perspectiva é muito boa, que tal perguntar ao nordestino brasileiro, que na sequidão do Ceará, não conhece muito dessa coisa de "perspectiva". Se lhe perguntasse qual era a tradução, provavelmente ele diria, "chuva".
Não sou a favor da ditadura, muito menos do Mbarak. Que ele possa... seguir com a sua rica vida, e que possa deixar os egípcios sonharem com a democracia, a igualdade de oportunidades, igualdades sociais, que num discurso de alto-falante, parecerá socialismo. Mas agora é só festa. As comemorações já ultrapassam as 24 horas.
Não podemos esquecer que quando sai um governo, entra outro! E é aí que mora o perigo! O novo governo vai representar um povo cansado de ser passado pra trás. Vai ter que governar para as massas. Lembra? Demo-cracia? Vai ser cobrado! Vai ter que piar fino! No sapatinho! Todas essas expressões só querem dizer uma coisa: escreveu não leu, o pau comeu!
Enquanto a festa acontece, quem poderá garantir que não terão um governo corrupto, governantes corruptos, políticos corruptos? Quem garantirá uma drástica mudança para o povo egípcio?
Parafraseando o Rappa, "depois da bença o peito amassado...é hora do cerol, é hora do traçado...", quem é pobre, vai continuar pobre, com mais esperança é claro, porque isso é governar para o povo. Certo é que quem chegar ao poder, se for rico ficará mais rico ainda, e, se for pobre, certamente enriquecerá.
Que caia a ditadura, mas a triunfante democracia não quer dizer isenção de corrupção. E lá vai ela, bonita e formosa, na passarela da vida, cheia de sonhos e esperanças, confiante, democrática!
Fonte: Folha de São Paulo