segunda-feira, fevereiro 22, 2010

"Vai lá atira nele!!"

Uma criança aponta-me sua metralhadora de brinquedo logo pela manhã fazendo-me visualizar toda  minha trajetória de vida; uma parada para rir e explico: lembrei que tá tudo numa conta só: carnaval, copa do mundo e eleições! Um ano cheio de compromissos. Teremos, na maioria dos casos, o desprazer do Horário Eleitoral, que se calhar encurta até a novela das oito. Mas confesso que alguns candidatos me fazem rir, outros por vezes até chorar de tão ridículos que se apresentam. Tem sempre o João da Cadeira de roda: o político que não passa a perna em você! Uma outra que resolve mostrar que tem peito, mas com sutiã! Tem também o sempre ministro de alguma religião qualquer com o livro debaixo do braço, rezando pra aprender aquilo tudo por osmose.  E não nos esqueçamos do inimitável louco que não deu certo em nada na vida e decidiu se tornar político. Esses fazem a lista de elegíveis parecer interminável. Tem gente que não sabe nem porque tá ali. Parece até que foi pego numa fila enquanto esperava a vez para comprar pão. Das frases memoráveis aos discursos de palanque mal-e-porcamente improvisados, somos uma geração de votantes quase esclarecidos, quase convencidos, mas sempre passados pra trás. Vencidos pela repetição do horário de antena, pela antecipação das massas, e se não fosse obrigatório votar, provavelmente daria mesmo tudo branco de tão descontente e desconfiado com todo o sistema. Sistema esse aliás que por conluio tem tudo no mesmo ano! E se o Brasil ganhar a copa melhor ainda. Mas é tudo sem querer. Coincidência. Acaso. Por falar em acaso, no primeiro mundo o acaso também bate à porta do primeiro ministro Gordon Brown. Com eleição marcada para junho, o então ministro e candidato está em todos os meios de comunicação do Reino Unido acusado de ser um "bullying", que quer dizer: indivíduo que usa da força ou poder para machucar ou intimidar o mais fraco. Bem, de qualquer forma, ele está no lugar certo não é verdade? Está no poder pra quê, senão intimidar o mais fraco com suas políticas e machucar o bolso dos pobres com suas medidas.  Mas isso tudo passou-me num flash, voltei os olhos para a criança que parecia ajustar a mira, dedo no gatilho, um dos olhos cirrados, arma engatilhada e apoiada. E com o apoio do pai que do lado orientava: "Go shoot him!".

2 comentários:

Alzimar Cavalcante disse...

Tambem não gosto de política por isso atenho-me aos comentários... mas gostei da sua crítica...!!!!!

Tiago disse...

Legal o texto! Gostei do menino com a metralhadora... já começou a treinar a milícia? rsrs