quinta-feira, março 04, 2010

Nunca sabemos para onde vai!

Há alguns dias uma amiga defendeu com quase unhas e dentes o fato de ajudar os mais necessitados nessas campanhas que nos aparecem todos os dias na TV ou rádio. Tentei argumentar dizendo que não ajudava porque não tinha certeza se o dinheiro iria realmente chegar ao destino por vezes anunciado. Disse que tinha minhas dúvidas quanto a honestidade de algumas organizações. E certamente que fui mal interpretado. Quando digo destino de somas arrecadadas, digo milhões de dólares ou libras. Resolvi então calar a boca e ouvir o que a colega tinha a dizer sobre o assunto. Entre muitas coisas desencontradas ela acertou em dizer: "...tenho a consciência tranquila, pois a minha parte eu estou fazendo...". E a partir daí tive que dar a mão a palmatória. E com o rabinho entre as pernas quase que coloquei o meu celular pra fora e fiz uma doação pra qualquer que fosse o veículo arrecadador que estivesse em voga. No caso específico: a campanha no Reino Unido pra ajudar o Haiti. O delírio durou pouco e tão rápido foi tirar o telefone do bolso como colocá-lo de volta. Mas ontem no News of the World, apareceram as alegações de que os 40.000.000 £ ou 107.657.714,47 R$, arrecadados na década de 80 no famoso Live Aid Concerts, foram utilizados para financiar a guerra civil na Etiópia. Apenas 5% do valor citado serviu para combater a fome dos etiopes. Por isso quando os indivíduos, em sua maioria celebridades, aparecem em movimentos arrecadando dinheiro em ajuda aos mais necessitados eu me pergunto se não fazem isso pra conseguirem mais desconto nos impostos, porque afinal de contas, devem pagar pelo menos 40% do que ganham em impostos. Lembro do ano passado quando arrecadaram novamente millhões de libras pra o tal Sport Relief. Mas nunca podemos nos esquecer que estas organizações tem seus custos e seus funcionários. Onde diretores executivos tem salários de executivos, viajam de avião e não montados no lombo de um jumento. Não adianta. Você pode dizer o que quiser, mas se quer mesmo fazer a diferença tem que ser como o John Travolta: pega o jatinho, carrega com tudo que o "outro" vai precisar e vai "là-bas" pra resolver o problema. De consciência tranquila mantenho meu telemóvel no bolso, e sei que vai ter gente pra me crucificar por isso, mas se não houver órgãos que coordenem a distribuição correta desses fundos arrecadados, podemos acabar financiando a morte e não a salvação.

2 comentários:

Tiago disse...

Realmente é um assunto um tanto quanto polemico. Na minha humilde opinião cada um sabe o quanto pesa na consciência e quanto pesa no bolso.
Sempre pensei como vc e prefiro deixar o meu dim-dim aqui no meu bolso que doar ele para uma entidade que vai dar o fim que quiser nesse dinheiro. Pelo mesmo motivo não dou dinheiro para os meninos que pedem no sinal. Vão usar o dinheiro para que? Se perguntar a resposta é sempre a mesma “pra comer” mas será? Na dúvida eu não dou nada. Mas uma ou duas vezes por ano eu me envolvo com trabalho voluntário. Faço um site ou algum outro material que uma instituição séria precise. Não é muito, mas é o que estou podendo no momento.

Alzimar Cavalcante disse...

Concordo com vc! Mas qual parte do governo vai fazer essa distribuição? O que eu e todo mundo sabe , é que esse dinheiro nunca chega onde deve, ajudar sim, mas como? Com o tanto de ave de rapina que está no poder, decidindo tudo pra todo mundo? Um exemplo disso temos aqui no Brasil... o governador de Brasília, Sr. Roberto Arruda , foi pego escondendo dinheiro de propina na meia, e sabe qual foi a desculpa dada pelo Ilmo sr., que com o dinheiro ele comprou panetone, para dar aos pobres (rs,rs!), e durma-se com um barulho desses! dinheiro, sabe-se lá de onde veio! E não me causaria qualquer surpresa, se esse mesmo montante não tivesse vindo de alguma doação , para realmente ajudar quem precisa! Mas agora, pensando bem, pode ser que, esse sr. estivesse necessitado, coitado!Será?????? Eu coopero com 0,01 centavo, quem se habilita?rsrsrsrsrs